(As pessoas mudam, e depois se tornam pessoas que disseram que nunca seriam)
“Não se preocupe, nada vai mudar.”
E agora?
Já ouvi tantas vezes essa frase que até poderia fazer um
filme, ou melhor, uma saga, e até um livro do tamanho de uma enciclopédia.
Aposto que você já ouviu também, pelo menos algumas vezes na sua vida.
Calma, calma. Não quero fazer esse texto ser uma coisa
depressiva e coberto de nuvenzinhas cinzas. Só acho que ás vezes, o tempo passa
rápido demais e a “ficha não cai” enquanto ele está correndo. E só depois de um
longo prazo, pós a mudança que não iria mudar, conseguimos ter uma noção clara
e também um galinho na cabeça da tal ficha que resolveu chegar.
A maioria das vezes que já ouvi essa abençoada frase – só que não – geralmente foram usadas para casos em que alguém estivesse se
distanciando. Seja por estar mudando de escola, de casa ou até mesmo de cidade.
Só posso dizer que no meio dessas três experiências que tive, essa frase foi
perdendo seu sentido e seu valor. Porque tudo que era nada, no final, mudou. Os
exemplos que passei foram:
- Um amigo que prometeu uma amizade igualzinha a que tínhamos enquanto
ele estava na minha sala, depois de mudar para outra escola.
- Um alguém bem próximo que decidiu que seu antigo “eu” já não
colava mais e uma nova pessoa estava por vir (e talvez, que não combinasse mais
com você nem se você mudasse até a cor de seu cabelo).
- Ou até “um você mesmo”.
Mudanças, por mais que possam ser boas ou ruins, são quase
sempre, de certo modo, imprevisíveis. Por mais que tentamos nos adaptar a elas,
tentando as misturar com nossa situação atual, não dá. Já está no nome. Algo
certamente vai ficar diferente. Com uma mudança no meio, nada será
completamente igual.
Pode parecer que seja algo bem obvio, mas para mim, demorou
um tempo bem longo para eu poder perceber isso.
Ao se falar a frase “nada vai mudar” muita coisa é colocada
em jogo. Afinal, nós mesmos, o seres humanos, sei lá, até a Terra, estão em
constante mudança. Tudo está mudando!
Você olha para a
janela no começo da semana, na segunda-feira,
por exemplo, e no final dela, na sexta-feira, alguma coisa já poderá ter mudado
na paisagem. Seja pelo maior número de carros passando ou estacionados na rua,
a construção de um prédio novo ou sei lá, uma árvore nova.
Sei que o exemplo foi bem ruinzinho, mas, sei lá. Ele serviu
para definir o sentimento do momento.
Tudo o que eu posso dizer é que amo e odeio mudanças. Mas no
momento, elas estão pesando um pouco demais. Talvez isso signifique que uma nova mudança interior esteja chegando.
Não sei. Já disse que elas são imprevisíveis?
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