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domingo, 7 de abril de 2013

Amor de vizinho



Entrei no elevador suspirando de alívio por chegar em casa. Estava exausta sem ter muitos motivos. Apenas um receio sobre o resultado de uma prova, encanações diárias, fome e vontade de ouvir uma música.
A porta ia se fechar quando um "Espere!" me fez segura-la e ver o bonitinho de cabelos escuros que sempre é meio tímido, mas mesmo assim tenta puxar um assunto durante os 30 e pouco segundos que passamos no elevador. Ah, que ele passa, eu devo ficar pelo menos mais uns 5, 7 segundos.
Seu nome era Vinicius, devia ter uns 17, 18, 19 anos e fazia totalmente o meu tipo. Usava camisas de banda ou surradas e tinha um jeito "to nem aí pra vida", sempre segurava um livro e tinha uma barba mal-feita. Ele era meu vizinho, não de andar ou de porta, mas morava no mesmo prédio, no oitavo andar.
Eu nunca prestei muita atenção pra quem entra/sai no elevador. Eu falo "Olá, bom dia, boa tarde, tchau." mas nunca comentei sobre uma música antes. Até que um dia eu estava ouvindo Yellowcard no Ipod um pouco alto e ele falou que conhecia a musica. Achei divertido e uma coisa meio 500 days of Summer, mas só achei.
Nunca realmente falei com ele. Como disse, ele era tímido ou só desinteressado. Sempre achei que ele tinha cara de Daniel, e eu o meio que o chamava assim (só na minha cabeça, obviamente). Sei lá, seria muito ruim se você se chamasse Daniel? Ou se a gente conversasse mais? Ou sei lá, se o elevador parasse no meio do caminho até o oitavo andar e nos forçasse a conversar direito, e se relacionar, e sei lá ter qualquer tipo de relação? De preferência um romance porque o jeito que seu cabelo escuro cai em cima dos seus olhos é muito bonitinho e atraente.
Sei lá, você deu uma sumida, não te encontro mais nem no elevador. Queria te perguntar por quê, mas sei lá, pra quê, né? Eu não sei nada de você, nem sei direito sua idade. Nem sei se você está na faculdade ou se ainda vai para a academia. Talvez eu iria precisar de mais músicas do Yellowcard para ter a resposta dessas perguntas, mas eu não conheço tantas o suficientes para te encontrar tantas vezes mais.

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